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Vamos falar sobre feedback?

Posted by Érika on Mar 21, 2019 in Esmiuçando

Tempos atrás escrevi um artigo para a Revista Metáfrase falando sobre feedback.
Fiquei de replicar aqui, mas sabe como é: life happens.

Antes tarde do que nunca, não é mesmo? Segue o link para a revista.

Vamos falar sobre feedback? (pág. 18)

Por mais complexo que seja, dar e receber feedback é fundamental para o intérprete de conferência

Por Érika Lessa

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— O que você estuda? — Tudo.

Posted by Érika on Feb 2, 2015 in A gente aprende

Quando conhecemos pessoas novas, invariavelmente vem a pergunta:

— O que você faz?

Num piscar de olhos, avalio quais as possibilidades para saber o que responder. Grosso modo, essa avaliação seria como decidir entre ter que explicar para sua avó toda a gama de atividades que você faz online (e você pensa em Tumblr, Facebook, Twitter, notícias, streaming, MMORPG, Youtube — sabe-se lá mais o que vocês andam fazendo por aí) ou resumir em: “vi na internet”. Às vezes, digo que sou intérprete e a pessoa me olha com cara de “cuma?”. Resolvo explicar e acho que confundo mais do que explico, sendo que (muitas vezes) aquilo não vai fazer a menor diferença na vida da pessoa. 😛

Digressões à parte, quase sempre respondo que estou terminando o mestrado, já esperando pela fatídica pergunta:

— O que você estuda?calvin

Aí, meu filho, o bicho pega. Tenho vontade de dizer:

— Tudo. Tuuuudo! Tudinho mesmo. TU-DO!

Não digo porque tenho medo que me achem mais louca.

Nas últimas semanas tenho estudado com muito mais afinco, porque eu e uma colega decidimos puxar uma à outra, no melhor estilo “reboque”. Tem sido uma mão na roda, já que muito raramente nossas preguiças se combinam (que burras!), então nosso carro atolado tem conseguido andar. Organizadas que somos (hahaha), temos uma lista de coisas a serem estudadas. Não são assuntos da parte técnica do curso, digamos assim. Normalmente, são temas de conhecimento geral e/ou atualidades. Eles nos fizeram perceber que:
(   ) a. dormíamos muito nas aulas da escola;
(   ) b. nossa memória não presta;
(   ) c. não aprendemos é nada;
(X) d. TODAS AS ANTERIORES.

Começamos, lépidas e fagueiras, com o conflito árabe-israelense. Batido, né? Pois. Via na TV e “ah, é aquela parada lá, beleza”. Se me pedisse para explicar, lá vinha a gagueira seguida de um “acho que” ou “sei lá”. Decidimos que era hora de acabar com isso. Bons intérpretes devem ser muito bem informados.

Começamos. Estuda daqui, escarafuncha dali, encontramos o HAMAS. E surgiram as dúvidas sobre o grupo. Vasculha os quatro cantos da Internet para saber mais…

A questão é que o mundo não para enquanto a gente está ali, queimando a mufa para acompanhar. Pipocam assuntos a todo momento: ISIS, Boko Haram, Je suis Charlie, ebola, Rosetta… Basta sentar para ler as notícias e surge uma série de porquês a saracotear na nossa mente. A lista só cresce.

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Really?! Really?!

 A sensação é de que nunca vai ser o bastante; de que, por mais que estudemos e nos dediquemos, sempre haverá uma variedade absurda de temáticas que nos serão completamente alienígenas. E é para ser assim mesmo. Não há condições de abarcarmos todo o conhecimento disponível no mundo. Sempre vai ter o que absorver, seja coisa nova, antiga, antiga com cara de nova e vice-versa.

Quando penso na dimensão do que ainda há para aprender, me sinto pequena e praticamente carrego todo esse peso nos ombros. Dá vontade de largar de mão. “Pra quê? Nunca vai ter fim mesmo.”

Não é para ser assim. A certeza socrática do “só sei que nada sei” deve servir como incentivador da busca, da inquietação pelo saber, da sede por informação. É preciso estudar sempre. E muito. E de tudo. Ainda que seja um pouco. De preferência, muito. De preferência, tudo. Se não der (e já se sabe de antemão que não vai dar), tudo bem. O que importa é não parar de tentar.

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Congressando – Abrates (1/2)

Posted by Érika on Jul 3, 2013 in Esmiuçando

**Update:

Queria muito ter feito posts detalhados a respeito das outras conferências que fui, mas não consegui. Percebi que o fato de ainda não tê-las feito me impedia de escrever sobre outras coisas. Vou pular, ok? O que tiver sido de fato marcante, vou tentar abordar de outra forma, com posts individuais (ou sabe-se lá de qual outra maneira possa vir a me ocorrer ;)). Desculpa, gente. E obrigada pela compreensão. 🙂

 

 

Ok, eu não deveria ter demorado tanto para dar meu relato sobre esse evento. Passou só um mês, mas me dá a sensação de chover no molhado, porque muita gente já falou a respeito. Mas vou fazer assim mesmo. 🙂 Na pior das hipóteses, vou corroborar com o belíssimo trabalho feito por amigos queridos.

Como mencionei no post anterior, o Abrates 2013 teve pontos a serem destacados. E é por aí que vou começar.

1. Palestra de abertura no fim da tarde, com coquetel em seguida:

Perfeito! A princípio, pode parecer perda de tempo: “poxa, mas vou ter que ir mais cedo só para ver a abertura? Mais uma diária de hotel, menos um dia de trabalho…”.

Só que se a gente analisar, os benefícios foram bem maiores do que a aparente “desvantagem”:

a) As pessoas puderam viajar em um horário mais decente. Achei um luxo poder sair às 10 da manhã de casa e sem perder nada do evento.
a.1) Por conta disso, foi possível encontrar alguns colegas no já aeroporto e começar a bater papo ali mesmo. 🙂

b) Nós, participantes, estávamos mais ansiosos pela fala inicial, sabendo que depois havia um momento de descontração. Todos muito mais leves, mais atentos, menos dispersos.

c) O coquetel! Ah, o coquetel… Foi ótimo rever amigos, abraçá-los, rir, programar as tarefas do dia seguinte (ok, isso foi o que a gente menos fez), e já conhecer algumas pessoas, mesmo que de vista. Sinceramente, acho que conhecer as pessoas antes do evento — mesmo que de vista — já dá um sentimento de “estar em casa”. Uma delícia. 🙂

2. Cabine para iniciantes:

Eita ideia batuta: um evento profissional de tradução e interpretação dando chance para quem desejasse passar pela experiência dentro da cabine.

Todos podiam participar. Bastava colocar o nome em uma lista afixada na lateral da cabine (ok, teria sido melhor se fosse em outro lugar, porque ter pessoas vendo a lista e/ou escrevendo seus nomes nela acabava distraindo quem estivesse do lado de dentro — e quando não se está acostumado, pode atrapalhar demais, mas isso não tira o brilho da coisa) escolhendo um horário e mandar ver.

Os que aproveitaram a oportunidade, foram acompanhados de perto por profissionais experientes, podendo contar com comentários e observações posteriores. Não é um luxo?

Fiquei muito feliz de poder fazer parte desse momento. Algum tempo atrás, era eu quem estava ali, nervosa, tensa, com pavor de não dar conta. Felizmente, tive quem segurasse a minha mão, me fizesse respirar fundo e seguir em frente. Sou incrivelmente grata por isso e espero ter conseguido fazer algo parecido por aqueles que estiveram comigo durante aquele breve período.

Ressalto ainda que todos os que lá entraram foram muito corajosos. Sim, foi uma senhora oportunidade, mas não fique você achando que é fácil. Tem gente que é mais “casca grossa” para essas coisas, mas segurar o emocional é tão ou mais difícil do que desenvolver a técnica de interpretação simultânea. Além de toda a pressão, ali estavam colegas tanto na escuta (alguns com essa intenção avaliativa mesmo. Normal, mas dá um medão.) quanto nas palestras (alguém lembra do Ricardo Souza dizendo ser um “catamilhógrafo”? :D). É bom por isso. E é ruim pelo mesmo motivo. Portanto, repito: estão todos de parabéns. 😎

Ainda quero falar brevemente sobre as palestras que vi, mas fica para outro post. 🙂

E você? Tem mais alguma coisa a destacar?

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Congressando…

Posted by Érika on Jun 28, 2013 in Novidades, Vi por aí...

Depois de uma temporada (e que temporada!) de congressos e conferências, eu voltei. Foi um período e tanto! Revi e abracei amigos, conheci novas pessoas, aprendi um monte.

Minha ideia era gravar coisas interessantes que marcaram as diversas conferências e postar a cada dia no Tradcast, mas a gente viaja e fica muito difícil aproveitar o evento com qualidade e trabalhar ao mesmo tempo. Achei mais justo curtir o que pudesse e depois fazer um apanhado geral do que vi. 🙂

O primeiro da lista foi o Congresso da Abrates, no fim de maio. O programa foi bem rico, com várias opções de palestras concomitantes (despertando aquela vontade de estar em dois locais ao mesmo tempo…) e algumas inovações interessantes. Acho que memorável é o adjetivo perfeito para defini-lo.

Depois disso, meu destino foi Reston, pertinho de Washington, para o Interpret America Summit. É um evento exclusivamente sobre interpretação. Foi bem interessante em alguns aspectos, mas acho que cheguei com muita expectativa (além de ter acabado de vir de um evento maravis, né?). De qualquer forma, foi meu primeiro congresso profissional no exterior e há pontos altos a serem destacados, como a palestra de abertura com Michael Hyatt. Aliás, acho que consegui boas anotações dela, podendo dar um relato mais completinho. 🙂

Encerrando a maratona, fui a Toronto prestigiar o Critical Link. Taí uma conferência que me surpreendeu positivamente. Decidi ir porque uma amiga ia e tcharam! Curti muito. Embora aborde principalmente a interpretação comunitária, as palestras e discussões foram muito ricas, levantando questões e me fazendo pensar em outras possibilidades.

É, tem bastante coisa.  Volto em breve, falando de cada uma mais detalhadamente. Até lá!

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Ele chegou!

Posted by Érika on Mar 12, 2013 in Novidades

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Consecutiva é um tipo de interpretação muito difícil, ao contrário do que se possa imaginar, pois “basta repetir o que foi dito”. Mas a coisa não é bem assim. Quando se tem treinamento adequado, a cabine acaba virando nosso bunker: ficamos protegidos, cercados por nossos blocos, post-its, computadores com glossários, dicionários e todo o universo da internet a nosso dispor. Podemos até tirar nossos sapatos — se quisermos, pois, na verdade, ninguém faz isso 😀

Trabalhar com consecutiva nos tira tudo isso. Ficamos perto do palestrante, quase sempre sem mesa, ou púlpito, com nosso bloco e caneta em mãos, encarando o público, quase sempre enfadado, afinal tem que ouvir duas vezes o mesmo discurso, entendendo ou não ambos os idiomas. Ah, sim, isso sem falar na máxima atenção prestada e no total de memória empregada. Não. Não posso dizer que é uma sensação delicinha do tipo “opa, mal posso esperar”.

Apesar de já ter ouvido falar na “consecutânea”¹, e até mesmo conhecer gente que já trabalhou com ela, arrisco dizer que a forma mais segura de trabalhar ainda é tomando as boas e velhas notas.

Anotar adequadamente sem desviar a atenção para o que se escreve em vez do que se ouve é questão de treino: um treino que preciso fazer.

Fui lá, decidida, comprei o “Note-taking for Consecutive Interpreting”, de Andrew Gillies. Demorou um cadinho para chegar, mas hoje está em minhas mãos. Só falta ler e pôr em prática o danado. 🙂

Depois digo o que achei 😉

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Tradutora e/ou intérprete?

Posted by Érika on Feb 25, 2013 in Esmiuçando

Tsc, tsc, tsc. Tanto tempo sem atualizar, não é?
Posso dizer que andei sem tempo? Até posso, mas essa não é toda a verdade. Não foi este o único fator. A questão é que quando tive tempo, não tive ideia. O tempo urge e ninguém quer ler mais do mesmo. E, quando tinha ideias, era sempre (eu disse sempre) no meio do caos. Aí passava a vontade, ou a intenção. Minha inspiração é uma entidade muito temperamental. Se ela diz “escreve aí” e ouso não obedecê-la, a danada desaparece.

Que ela não me ouça, mas (aparentemente) consegui ludibriá-la! Resolvi gravar mensagens de voz no celular (usando Voice Memo do iPhone)! Esboço rapidamente o tema. Mais tarde, sento aqui e tcharam! Sai um post! Parece que agora nos veremos mais frequentemente. 🙂

Bom, o que me chamou atenção essa semana, foi uma comparação: “Um intérprete pode ser tradutor, mas este dificilmente será um intérprete”. E eu me perguntei: será?

    

http://bit.ly/Yvmjcj

http://cdn.sheknows.com/articles/2012/03/woman-on-computer.jpg

Parece até natural, não é? A interpretação é ágil, o jogo de cintura é quase frenético, o resultado é imediato. Há o olhar de todos, o domínio do psicológico, o pavor do “branco”, muitos acreditam que fariam melhor. É senso-comum que se faz necessário ter treinamento para tal função, seja este formal ou não (embora eu, particularmente, considere mais inteligente ter uma educação formal antes de se jogar no mercado. Afinal, por que ter de reinventar a roda se podemos aprender com quem já traçou esse caminho?). Obviamente, é de se esperar que se o intérprete consegue fazer “tudo isso” com restrição temporal, se tiver alguns dias de prazo, consegue traduzir com o pé nas costas. Confere?

Não. 🙂 Não necessariamente. Embora ambas as profissões façam parte de um mesmo setor e sejam, muitas vezes, colocadas em um saco só, cada uma vai ter sua especificidade. Estou dizendo que quem exerce uma não pode exercer a outra? Também não. Até porque, né?, estaria contradizendo a mim mesma, visto que exerço ambas as funções. O que quero deixar claro, é que os focos precisam ser ajustados para o processo utilizado.

Assim como um intérprete não pode se dar ao luxo de querer sempre a palavra perfeita para a ocasião — e aqui tem uma frase que aprendi com minha amiga e mestre Marcelle Castro que me foi libertadora: “A interpretação me ensinou a lidar com a frustração. Se não achei a melhor opção, paciência. Não tenho tempo de me lamentar porque a informação não vai parar de vir e preciso me concentrar nela” — o tradutor precisa quebrar a cabeça para que uma rima não se perca, por exemplo, e, dependendo do que seja, pode custar boa parte do prazo (que parece uma eternidade quando comparado à interpretação, mas que se torna cada vez mais reduzido).

Resumindo a grosso modo, podemos dizer que o foco do intérprete é entregar a informação. Pode ser que ela venha com algum prejuízo de regência ou de concordância. O tradutor tem mais trabalho com a forma, pois a palavra escrita grita. Está ali, eternamente. É uma legenda que vai passar na TV e você fica pensando “putz, podia ter feito diferente”.

Portanto, não acho que uma dificulte a outra, necessariamente. Mas é preciso conhecer bem ambas, reconhecendo as características de cada uma e mudando a chavezinha da cachola.

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Legado do Obama no Brasil

Posted by Érika on Mar 22, 2011 in Esmiuçando

Hoje é terça-feira, o Obama seguiu com sua turnê visita aos países sulamericanos ontem e o “oba-Obama” ficou mais ameno. A visita, exageros à parte, tem sua relevância e deve marcar nossa história de uma forma que só o o tempo dirá. Isso não significa, porém, que não possamos – desde já – identificar melhorias e traçar metas.

Acompanhei o simpático e envolvente discurso do “Mr. President” pela Globo, observando atentamente o trabalho da Ana Vianna. A escolha de palavras, a entonação, a totalidade do conteúdo entregue… Quem assistiu sabe que foi bastante agradável, num ritmo gostoso de se ouvir. Ficou bem clara sua alta qualificação para o serviço. Assisti também, posteriormente, a interpretação de Ulisses Wehby – igualmente bem feita e boa de se acompanhar. Ambos os colegas são profissionais competentíssimos, bastante conhecidos e reconhecidos no mercado, com anos de experiência. Isso ninguém discute. É indiscutível, também, a qualidade do material recebido – que implica diretamente no trabalho final.

Já falei aqui que muito dos nossos resultados depende do material que recebemos. É como na maquiagem.  Se você tem uma mulher bonita, basta usar as técnicas nos locais adequados e você deixará a moça ainda mais bela (é lógico que é preciso investir em material de qualidade. Isso, aliás, foi discutido aqui). Agora, se a mulher em questão é desfavorecida fisicamente, não há técnica, pincéis nem argamassa que a transforme numa Gisele Bündchen. Certamente, ela ficará melhor do que antes, mas ainda pode assustar muita gente. A questão é: seu cliente vai lembrar deste “detalhe”? Tenha isso sempre em mente antes de aceitar aquele texto tribufu.

Na verdade, o que me saltou aos olhos não foi apenas a elegância de Michelle e a boa pinta de seu marido. O destaque que deve ser dado aqui é: como ele é bom orador! Frases completas, pausas inseridas no momento certo, dicção clara… O sonho de qualquer intérprete! Ah, como sofremos quando o palestrante está nervoso e sai desembalado proferindo palavras como uma metralhadora ensandecida, possuída pelo Coelho de Alice. Ou quando começa um raciocínio que se enche de parênteses abertos que nunca serão fechados porque o fio da meada ficou perdido em meio ao primeiro parêntese. Ou seria em meio ao segundo? Brasileiro é mestre nisso! Ou, ainda, quando o momento é para perguntas e o falante a ser interpretado decide fazer um comentário (outra especialidade tupiniquim).

Se você realmente deseja que sua mensagem seja ouvida e compreendida – o que seria o objetivo precípuo de quem faz um discurso, ministra um curso etc. – seja simples, objetivo, direto. Não encha seu discurso com coisas que possam ser vistas e absorvidas em um slide (números, por exemplo. Por que dizer que quatro milhões, novecentas e setenta e duas mil, duzentas e uma pessoas foram picadas pelo mosquito X enquanto que quinhentas e quarenta e quatro mil, oitocentas e vinte três pessoas foram infectadas pelo mosquito Y se isso pode ser mais rapidamente visualizado em uma tela? Se não tiver projetor disponível, que tal arredondar tais números?). De que adianta seu trabalho ser suuuuper completo com todos os dados, se você tem apenas 10 minutos para apresentá-lo? Foque no primordial, no diferencial… quem quiser mais informações, poderá receber um relatório mais completo da sua pesquisa, por exemplo.

Temos a tendência de achar que nosso trabalho/relatório/discurso é 100% relevante a todos – e daí surge a dificuldade de enxergar o que pode ser retirado para torná-lo mais leve e proveitoso para quem nos assiste. Podemos começar a exercitar isso em nossas futuras apresentações. Em vez de tentar o socar o máximo de informação possível naquele curto espaço de tempo, podemos pensar: como Obama faria? Seu público agradece.

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Tempos modernos

Posted by Érika on Sep 15, 2010 in Vi por aí...

Estou eu aqui, em Itacuruçá, trabalhando em um evento sobre malária. Apesar do cansaço e da beleza do lugar, resolvi escrever um post para o site – tenho que aproveitar a vontade, senão esqueço, ha! Mas, acreditem se quiser, não vim falar sobre a conferência e suas peculiaridades. Bom, pelo menos não ainda. Vim compartilhar um aplicativo para Mac que encontrei, ha! Como estou metida, hein? Nem bem comprei o meu primeiro computador da Apple e já resolvo compartilhar um pedacinho da “Maçã”. 🙂

Para quem não sabe, quando trabalhamos nesta área, estabelecemos turnos de 10, 20, 30 ou mais minutos, conforme decisão da dupla. E para isso, usávamos o bom e velho cronômetro, papel e caneta, registrando de quem seria o turno seguinte. Pelo menos era assim que eu estava fazendo. Eis que, de repente, percebo que minha amiga e parceira de cabine neste evento, Marcelle Castro, não fazia o mesmo. Estranhei. Um pouco depois reparei que ela usava um cronômetro pequenino na tela do seu netbook. Adorei. Invejei. E pensei: não há nada que o Windows faça que o Mac não faça melhor (essa frase nem é minha, mas não lembro o autor para poder dar os devidos créditos. Não disse que estava muito metida?).

Pesquisei no Google e achei um aplicativo gratuito, bem pequeno, discreto e eficiente. Thyme é o nome do bichinho. Uma graça e está descrito aqui, mas me chamou a atenção o fato dele ser gratuito e rodar na barra de tarefas.

Olha como ele é bonitinho:

Minha vida ficou muito mais simples. Fácil de lidar, bem completo e ainda registra os ciclos de trabalho, com a data e a hora, auxiliando e um possível controle da produtividade em um possível trabalho de tradução escrita – que ainda vou testar e ver se funciona. Quer experimentar? O site original, em inglês, você encontra aqui.

Acabou o papelzinho, fazer continhas dos minutos e a falta de praticidade na contagem do tempo. #win \o/

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Trabalho na terrinha

Posted by Érika on Aug 10, 2010 in Vi por aí...

Taí uma coisa que não consigo sempre: trabalhar na minha terra. Adoro juntar a fome com a vontade de comer. É trabalho, mas, ao mesmo tempo, é rever a família, relembrar minhas raízes, sentir sabores peculiares, ganhar colinho de mamãe… Ou seja, é muito mais prazer do que trabalho e ainda recebo por isso :). E neste mês de julho deu para conciliar tudo.

Fui a Belém a passeio. Passagens compradas, programação feita (ué, ficar de bobeira no sofá da mãe também precisa ser programado, ora essa) e, quando menos espero, surge um evento, exatamente no período em que estaria por lá! É bom? Não. É ótimo! Mas acho que o melhor mesmo foi o que pude ver por lá.

Achei que ia chegar, fazer o meu trabalho, conhecer alguns colegas e me inteirar um pouco mais sobre a interpretação no Pará (acho que já disse aqui que só descobri que tinha um certo mercado de tradução e interpretação local quando vim para o Rio de Janeiro… Sim, sim, ignorância minha. *suspiro*). E para minha surpresa, foi muito mais do que isso.

O evento era o Congresso Mundial da Idea 2010, nos moldes do Fórum Social Mundial, de tamanho semelhante também (um pouco menor, mas ainda assim, bastante grande. O tema do evento, “Viva a diversidade viva”, era intensamente compartilhado.  A interação entre os mais diversos povos (índios, europeus, latino-americanos…) ocorria em palestras, oficinas, apresentações teatrais e nos SIGs (Special Interest Groups – grupos de interesse específico, que tinham um tema principal para nortear suas discussões). Fui alocada em um desses SIGs. E o tema do meu SIG era… tradução! Quatro dias interpretando sobre tradução, interculturalidade, avaliando questões e desafios do processo. Não bastasse tudo isso, ainda fui convidada a expor os desafios encontrados no meu dia a dia (o público ali presente era composto em grande parte por professores, atores, escritores etc. que usam a tradução como ferramenta em seus trabalhos – os mais variados – de inclusão social. Não era um grupo de tradutores falando sobre o tema). Ali eu me dei conta de como gosto de falar sobre a profissão que abracei (é por isso que eu tenho um blog, né? Pois é, parece óbvio, mas às vezes sou meio lerda, relevem).

É claro que nem tudo foi assim tão belo. Houve algumas dificuldades técnicas – até mesmo por conta da dimensão e da dinâmica do evento – mas os pontos positivos foram tão maiores, que não convém sequer lembrar.

Só sei que voltei deste evento motivada, feliz por ver que Belém está amplianda suas possibilidades, investindo no setor de eventos, o que vai representar melhorias na cidade e maiores possibilidades de trabalho por lá. Queria ter tido tempo e a ideia de ter registrado o evento por fotos, mas contentar-me-ei (amo mesóclises!) com o aprendizado. 🙂

Isso porque este seria um post curtinho… Sei…

Assim que tiver uma fotinho e a autorização de quem está nela, atualizo aqui.

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A Copa e os intérpretes

Posted by Érika on Jun 23, 2010 in Vi por aí...

A Copa do Mundo já vei se encaminhando. Terminando a primeira fase, depois de muita “zebra”, as seleções já começam a se destacar na busca pelo título. Enquanto Alemanha, Argentina, Brasil (entre outras) marcam os adversários, tentando chutar para escanteio os riscos de não colocar a mão no caneco, as equipes mais fracas – ou mais azaradas – vão ficando pelo caminho (Adieu,  “Les Bleus”!).

‘Tá, Érika, mas ninguém veio aqui atrás de informações esportivas’. Apesar de agradecer a presença, tenho que concordar. A questão é que, apesar da euforia da maioria dos brasileiros em relação a este esporte que movimenta massas (eu mesma sou fã), tem uma camada da sociedade que está bastante inquieta, torcendo pelo fim do torneio: os intérpretes.

É fato: os eventos sumiram, os clientes não nos procuram, nossos telefones não tocam. Quer dizer, tocam sim:

-Oi, tudo bom?

-Tudo e você?

-É, tudo indo. Tem pintado evento?

É assim… O marasmo é tanto que a gente começa a achar que está na geladeira e sai ligando para os colegas a fim de descobrir se está mesmo.

A boa notícia é que está acabando (11/07). Outra boa notícia é que a próxima só daqui a 4 anos e, para fechar com chave de ouro, será no Brasil e esperamos ter muito trabalho girando em torno dela. 😉

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